Pavia é uma freguesia do concelho de Mora, no distrito de Évora.

Foi sede de concelho do mesmo nome entre 1278 e 1838.

O território de Pavia foi povoado desde épocas pré-históricas, conforme o comprovam os numerosos monumentos megalíticos existentes na área e o povoado que foi encontrado na elevação do Depósito da Água, escavado por Vergílio Correia, no início do Séc. XX.

As origens históricas do agregado populacional medieval, o mais antigo do concelho de Mora, remontam a um núcleo de imigrantes italianos, aqui fixados a pedido de D. Dinis, ou talvez ainda de D. Afonso III.

D. Dinis concedeu-lhe em 1278 a primeira carta de foral e em 1516 D. Manuel I concedeu-lhe o Foral de Leitura Nova.

Em 16 de Março de 1486, a vila foi cedida por D. João II ao Conde de Borba, com alcaidaria e direitos sucessórios. Pavia pertenceu depois por doação, a vários nobres e à Coroa, ao longo de vários reinados.


A reforma administrativa da vila deu-se a 6 de Novembro de 1836 e nessa altura Pavia integrou os extintos concelhos de Águias, Cabeção e Mora. Esta situação manteve-se até 17 de Abril de 1838, data em que a sede do concelho de Pavia passa para Mora.

A freguesia de Pavia é actualmente composta pela vila de Pavia propriamente dita e o lugar de Malarranha, com uma população de 715 habitantes (Censos de 2021).

Esta vila tipicamente alentejana, com casas brancas e altas chaminés está rodeada por uma paisagem a perder de vista e onde se avistam pequenos pontos brancos, os “típicos montes alentejanos”(casas), espalhados por entre sobreiros, azinheiras (Montados) e olivais tradicionais.

Nesta vila viveram duas ilustres personalidades. Fernando Namora, que aqui exerceu a profissão de médico e escreveu sobre os seus habitantes e as relações sociais. Estão neste caso “O Trigo e o Joio” e alguns textos de “Retalhos da Vida de um Médico”.

Além disto, pintou telas que representam a beleza da vila.

Um outro grande vulto de Pavia foi o pintor Manuel Ribeiro, que posteriormente adotou o nome da vila, ficando desta forma Manuel Ribeiro de Pavia. Em 1984 a Câmara Municipal de Mora e a Junta de Freguesia de Pavia inauguraram a Casa-Museu que presta homenagem a este grande artista do neo-realismo. Nela podemos apreciar vários originais e livros com ilustrações do pintor.

A vila de Pavia tem inúmeros monumentos megalíticos, sinónimo da ocupação do seu território, pelos povos da pré-história. No centro da vila existe uma Anta transformada em capela e dedicada a S. Dinis. Pensa-se que possa ter sido no final do séc. XVI ou início do séc. XVII que esta Anta foi cristianizada.

Por outro lado, na Herdade de Têra existe o cromeleque inicialmente identificado como Cromeleque de Vale d´el Rei e que, verdadeiramente está localizado na Herdade de Têra. Além deste existe ali um curioso Alinhamento de Menires, cujos historiadores afirmam ser semelhante a um outro existente em Itália . Quase no limite da freguesia, no caminho para a vila de Mora, encontramos o Cromeleque das Fontainhas.

Por toda a freguesia, em terrenos particulares há cerca duas dezenas de antas, algumas ainda completas.

De realçar a existência de oliveiras milenares em redor da vila. Uma delas datada pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em 2023 e tem 1170 anos, no Miradouro da vila onde se pode apreciar também uma escultura de homenagem a Fernando Namora.

No centro Histórico existem bem preservados, além da Anta-Capela, mais 4 igrejas (a de S. Francisco-Séc. XVI; a de St.º António-Séc. XVII; a da Misericórdia-Séc. XVII e a Igreja Matriz-Séc XVI que, tal como a Anta-Capela está classificada como monumento Nacional desde 1939 e esta última, desde 1910.

Pavia tem o Roteiro Literário “O trigo e o Joio”, seguindo a obra do mesmo nome,

Outros grandes vultos da literatura escreveram sobre esta terra. Estão entre eles José Saramago, Urbano Tavares Rodrigues, Florbela Espanca e Miguel Sousa Tavares.

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